EM 2003:
O Capital Social da Eletrobrás, no valor de R$
20.785.195.909,48, é composto por 537.502.520.880 ações,
sendo 452.511.763.550 ordinárias (84,19%), 73.460.000 preferenciais
classe "A" (0,01%) e 84.917.297.330 preferenciais classe "B"
(15,80%).
De acordo com o Estatuto Social da Eletrobrás
e a legislação em vigor, os
dividendos não reclamados no prazo de três anos, a partir
da data em que forem colocados à disposição, prescreverão
em favor da companhia. As ações preferenciais
não têm direito à voto, são
não conversíveis, mas têm
assegurada prioridade na restituição do capital, em caso
de dissolução e um dividendo mínimo
de 8% e 6%, respectivamente para as classes "A" (subscritas
até 23/06/1969) e "B" (subscritas a partir de 24/06/1969).
A partir de setembro/94, as
ações da Eletrobrás passaram a forma escritural,
tendo como instituição depositária o Banco Itaú
S.A.
As ações da Eletrobrás são
negociadas, principalmente, na Bolsa de Valores de São Paulo.
As ordinárias têm o código Elet3, as preferenciais
classe "A" Elet5 e as preferenciais B Elet6.
No ano de 2003, a cotação máxima atingida pelas ações
preferenciais da Eletrobrás - PNB (Lote de 1000 ações)
- ELET6 -, foi R$ 45,80, em 26 de dezembro.
O valor mais baixo apresentado foi R$ 16,80, em 26 de
fevereiro.
Em 30 de dezembro, a ELET6 fechou cotada a R$45,20.
Tais ações apresentaram um crescimento
de aproximadamente 121,84%, no período de janeiro a dezembro.
Em 31 de dezembro de 2003, a Eletrobrás obteve
um lucro de R$ 323 milhões, equivalente a R$ 0,60 por lote de mil
ações.
No mesmo período do exercício anterior a empresa registrou
um lucro líquido de R$ 1.100 milhões, equivalente a R$ 2,05
por lote de mil ações.
Nos doze meses a ELETROBRÁS registrou uma perda
de R$ 3.711 milhões relativos à Variação Cambial,
contra um ganho de R$ 7.532 milhões no exercício de 2002.
No tocante a Variação Monetária, o exercício
de 2003 apresentou um ganho de R$ 838 milhões contra um ganho de
R$ 1.304 milhões em 2002.
EM 2002:
A Eletrobrás publicou seu
balanço contábil, relativo ao exercício contábil
de 2001, no jornal "Gazeta Mercantil", edição
de 18.04.2002.
Naquela oportunidade, apresentou no seu Passivo Circulante, na rubrica
"Empréstimo Compulsório", a cifra de R$ 160.466.000,00,
enquanto no Passivo Exigível a Longo Prazo, em idêntica rubrica,
"Empréstimo Compulsório", a cifra astronômica
de R$ 3.067.556.000,00.
Apesar do enorme passivo, a Eletrobrás apresentou lucro líquido
do exercício, de R$ 3.251.336.000,00, valor mais que suficiente
para liquidar o que confiscou das Industrias.
Também, no item
constante da página A-16,
a Eletrobrás confirmou que gerencia o estoque de empréstimo
compulsório, atualizando-o através do INPCA-E, senão
vejamos: "Atualmente a ELETROBRÁS
gerencia o estoque do empréstimo compulsório, atualizando-os
com base no INPCA-E e remunerando-os à taxa de 6% ao ano, com prazo
de resgate definido. Dadas as suas restrições de aplicações
os saldos contábeis estão apresentados ao valor justo."
DA POSTURA CONTABIL ADOTADA
PELA ELETROBRÁS EM 2004:
Recentemente, a Eletrobrás divulgou em Comunicado ao Mercado, que,
em 17 de dezembro de 2003 foi aprovado pela Eletrobrás, o início
dos procedimentos necessários à realização,
no decorrer do 1º semestre de 2004, da conversão dos créditos
oriundos do Empréstimo Compulsório constituídos a
partir de 1988, em favor da Eletrobrás, em ações
preferenciais da classe "B" representativa do capital social
desta companhia.
Evidentemente, que sob o ponto
de vista econômico-financeiro dela (da Eletrobrás), uma
conversão deste tipo, de créditos do empréstimo compulsório
em Capital apresentará reflexos favoráveis no perfil de
endividamento da Empresa, por implicar em transferência considerável
de recursos do exigível a longo prazo (cerca de R$ 3,2 bilhões)
para a conta de Patrimônio Líquido (Capital e Reserva de
Capital), ou seja, excelente maquiagem patrimonial, com
prejuízo total para as Empresas que durante muitos anos foram obrigadas
a recolher o empréstimo compulsório, que além de
se verem obrigadas a buscar a guarida da Justiça para a recomposição
da perda monetária, agora terão que amargar a conversão
dos seus créditos em ações, cujo valor patrimonial,
por certo será muito mais alto que o valor de Bolsa de Valores.
Fica o questionamento: À
que preço, dita conversão possibilitará aos consumidores
industriais passarem da condição de detentores de créditos,
intransferíveis e inegociáveis, por força da legislação,
para acionistas da Eletrobrás, cujas ações poderão
ser livremente negociadas?
Por certo, mais ações
deverão ingressar em todo o Universo Forense Brasileiro, buscando
a recuperação monetária dos valores confiscados ao
longo dos anos, além de outros valores que sequer foram creditados
em anos de inflação galopante, visto que a Eletrobrás
somente constituía o crédito em favor da Industria, a partir
de janeiro do ano seguinte ao do depósito. |